Quem por ventura ouvir esse disco sem saber do que se trata, vai acreditar piamente se tratar de alguma banda nova do leste europeu, tamanha a qualidade sonora encontrada aqui. “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Dis-orders”, mais novo trabalho do Insepsy, é de uma estupidez atroz, pois resgata a velha fórmula do “Reek of Putrefaction” (Carcass) para os dias atuais, porém preservando aquela brutalidade primitiva tão peculiar.

Os vocais de ralo recém-desentupido, as guitarras intensas e cortantes e a cozinha bestial, ao contrário do que muitos julgam, não formam uma massa sonora desconexa, mas sim criam um álbum dos mais eficazes deste segmento da música extrema. “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Dis-orders” é intenso e objetivo em sua proposta, como uma boa e revigorante aula de anatomia patológica.

São doze faixas pútridas e potencialmente violentas, contendo títulos no mínimo curiosos, como “Chronic Inflammatory Demyelinating Polyneuropathy” (dizer esse nome com a boca cheia de paçoca deve ser o bicho), “Pulling Your Eyeball and Tucking Stools Inside” (a melhor de todas. Grindcore imundo), “Rotten Dripping From a Rusty Scalpel” (inicialmente cadenciada, porém descambando para a insanidade no final) e “Inflammation of Colon With Frequent Passage of Mucous and Blood” (putz, isso deve doer!), que realizarão os sonhos dos psicopatas, legistas e aspirantes a patologistas fãs de boa música.

Muito bem, meus queridos. Não tenho mais pormenores a serem enaltecidos, a não ser dizer que se você é fã das bandas citadas logo no início dessa resenha, tem por obrigação conhecer o Insepsy. Produto nacional tipo exportação.
https://www.facebook.com/metalnalata/photos/a.586174078189547.1073741855.573850536088568/686911308115823/?type=3&theater